sábado, 18 de junho de 2011

Roraima.


Roraima é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na Região Norte do país, sendo o estado mais setentrional da federação. Tem por limites a Venezuela ao norte e nordeste, Guiana ao leste, Pará ao sudoeste e Amazonas ao sul e oeste. Ocupa uma área aproximada de 224,3 mil km², pouco menor que a Romênia, sendo o décimo quarto maior estado brasileiro. Em Boa Vista, única capital brasileira totalmente no hemisfério Norte, encontra-se a sede do governo estadual, atualmente presidido por José de Anchieta Júnior.

A história do estado está fortemente ligada ao Rio Branco. Foi através deste que chegaram os primeiros colonizadores portugueses. O Vale do rio Branco sempre foi cobiçado por ingleses e neerlandeses, que adentraram no Brasil através da Guiana em busca de índios para serem escravizados. Pelo território da Venezuela, os espanhóis também chegaram a invadir a parte norte do rio Branco e no rio Uraricoera. Os portugueses derrotaram e expulsaram todos os invasores e estabeleceram a soberania de Portugal sobre a região de Roraima e de parte do Amazonas.

Situado numa região periférica da Amazônia Legal, no noroeste da Região Norte do Brasil, predomina em Roraima a floresta amazônica, havendo ainda uma enorme faixa de savana no Centro-Leste.Encravado no Planalto das Guianas, uma parte ao sul pertence à Planície Amazônica.

Seu ponto culminante, o Monte Roraima, empresta-lhe o nome. Etimologicamente resultado de contração de roro (verde) e imã (serra ou monte), foi batizado por indígenas pemons da Venezuela.

Os primeiros colonizadores portugueses chegaram à região através do Rio Branco. Antes da chegada dos portugueses, os ingleses e neerlandeses já eram atraídos para a região, com a finalidade de explorar o Vale do Rio Branco através das Guianas. A soberania de Portugal sobre a região só foi estabelecida após os espanhóis invadirem a parte norte do Rio Branco, juntamente com o rio Uraricoera. A partir de 1725, missionários Carmelitas iniciaram a tarefa de conversão do indígena na região.

A Coroa portuguesa preocupou-se com a criação da Capitania Real de São José do Rio Negro, através da Carta-régia de 3 de março de 1755. O primeiro motivo da preocupação era a ameaçada por parte dos espanhóis do Vice-reino do Peru, e o segundo, pelas expedições de neerlandeses do Suriname, com fins de comércio e de apresamento de indígenas.

As demarcações previstas pelo Tratado de Madrid, de 1750, também influenciaram grandemente na medida: com a criação de uma nova unidade administrativa na região, pretendia-se implementar, na prática, a colonização do alto rio Negro, criando-se a infra-estrutura necessária ao encontro e aos trabalhos das comissões de demarcação portuguesa e espanhola, sendo que esse encontro jamais ocorreu, tendo forças portuguesas ocupado nesse ínterim, provisoriamente, o curso do baixo rio Branco, efetuando plantações de mandioca e de outros víveres, para o aprovisionamento da Comissão.

O Forte de São Joaquim, construído em 1755 na confluência do rio Uraricoiera com o rio Tacutu, foi determinante na conquista do rio Branco pelos portugueses. O Forte, que hoje está destruído, foi construído com a finalidade principal de proporcionar aos portugueses a soberania total de Portugal sobre as terras do Vale do Rio Branco, que despertava uma cobiça internacional.

Os colonizadores, após assumirem a soberania e o controle total da região, criaram diversos povoados e vilas na localidade, juntamente com nativos indígenas. Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio, no rio Uraricoera; São Felipe, no rio Tacutu e Nossa Senhora do Carmo e Santa Bárbara, no rio Branco, foram os principais povoados criados na época, abrigando população significativa. Entretanto, devido aos conflitos entre os índios e os colonizadores pelo fato de os indígenas não aceitarem submeter-se às condições impostas pelos portugueses, os povoados não se desenvolveram.

Para garantir a presença do homem português nas terras do Vale do Rio Branco, o comandante Manuel da Gama Lobo d'Almada iniciou a criação de gado bovino e equino no território, em 1789. As fazendas de São Bento, no rio Uraricoera, São Jóse e São Marcos, no rio Tacutu, foram as primeiras à introduzirem permanentemente a criação de gado bovino e equino, em 1799. Hoje, a fazenda de São Marcos pertence aos índios e localiza-se em frente ao local onde existia o Forte São Joaquim.

Entre 1810 e 1811, militares ingleses penetraram no Vale, mas foram expulsos pelo comandante do Forte de São Joaquim. A fronteira entre Brasil e Guiana precisou ser remarcada, devido às grandes invasões inglesas ocorridas neste período.[14] Assim sendo, a colonização de Rio Branco dividiu-se em quatro períodos: De 1750 ao século XIX, com a descoberta do rio Branco; do início do século XIX até a criação do município de Boa Vista, em 1890; de 1890 até a criação do Território Federal do Rio Branco; e da criação do Território Federal do Rio Branco aos dias atuais.

O Decreto-lei nº 5.812 de 13 de setembro de 1943, que desmebrou o estado do Amazonas, criou o Território Federal do Rio Branco. Em 1962, o território foi denominado como Território Federal de Roraima e elevado à categoria de Estado pela Constituição brasileira de 1988.

A colonização da região foi altamente incentivada em fins do século XIX, com o estabelecimento de Fazendas Nacionais. Porém, a população do estado só encontrou estabilidade após sua emancipação, um século mais tarde, com os garimpos de ouro e diamantes que atraíram levas migratórias de diversas regiões do país. Essa imigração e exploração desordenada ocasionou na localidade muitos conflitos e mortes por doenças e assassinatos.Atualmente, quase todas as reservas indígenas do estado encontram-se homologadas

Pouco mais de mil pessoas viviam na região em que foi criado o município de Boa Vista, em 1890. Entretanto, os dados de 1887 - válidos durante a criação do município - informaram que as cerca de mil pessoas que habitavam a região na época da criação do município eram brancas e mestiças, em sua maioria mamelucos. Isso porque os índios da região não foram acrescentados aos dados da época. Estima-se que havia mais de cinco mil índios na localidade, o que aumentaria consideravelmente a população do município.

O Amazonas, estado ao qual pertencia Boa Vista na época, não possuía recursos financeiros para promover o desenvolvimento do novo município de imediato. A região do extremo norte amazonense dependia economicamente do rebanho bovino criado na região, que também servia para o abastecimento de Manaus. A administração de Augusto Ximeno de Villeroy foi a responsável pela criação do município, que acreditava ser importante a criação de uma localidade no extremo norte do Amazonas para o desenvolvimento da região.

Eduardo Ribeiro, um dos governadores do Amazonas, também voltou sua atenção para Boa Vista e o território do atual estado de Roraima. Em 1896, após inaugurar o Teatro Amazonas, ele ordenou que Sebastião Diniz abrisse uma longa estrada ao norte de Manaus. Sua intenção era construir uma estrada ligando Manaus a Boa Vista, que pudesse servir para o transporte do gado da região do Vale do Rio Branco para o matadouro de Manaus.

O Território Federal do Acre foi o primeiro Território Federal brasileiro, em 1903. Quarenta anos mais tarde, em 1943, Getúlio Vargas, presidente do Brasil à época, criou cinco Territórios Federais: Rio Branco (depois Roraima) Guaporé (depois Rondônia), Amapá, Iguaçu e Ponta Porã. Iguaçu e Ponta Porã foram extintos em 1946. O objetivo da criação de tais Territórios federais era o de ocupar os espaços vazios do território nacional e em especial na Amazônia, tendo ocorrido tais criações durante a Segunda Guerra Mundial. Acredita-se que a Segurança Nacional tenha impulsionado a desmembração.

Apesar de ter sido criado em 13 de setembro de 1943, juntamente com os outros territórios federais, o Território Federal do Rio Branco só recebeu seu primeiro governador em junho de 1944, quando este chegou à Boa Vista. O Presidente Getúlio Vargas foi o criador dos Territórios Federais, mas ele foi deposto do seu cargo em 1944.

De 1943 a 1964, Roraima teve 15 governadores titulares, entre militares, que eram a maioria, e civis. Vitorino Freire, senador do Maranhão, indicou indiretamente 10 desses governadores. Cada governador, no entanto ficou pouco tempo (em média, dezesseis meses). Assim sendo, de 1943 a 1964, o Território Federal de Roraima não alcançou o desenvolvimento esperado pelo governo federal.De 1964 a 1985, durante a Ditadura Militar no Brasil, em um perído de vinte e um anos, Roraima teve 8 governadores que administraram com poderes militares. De 1985 a 1990, após o Governo Militar, a redemocratização do Brasil e a eleição direta de Tancredo Neves para a Presidência da República, o Território Federal de Roraima possuiu novamente governadores indicados por outros políticos e influentes.
Com a Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988, o Território Federal de Roraima deixou o estatuto de Território Federal e transformou-se em estado-membro da Federação. A posse do primeiro governador ocorreu em 1 de janeiro de 1991. O primeiro Governador do Estado de Roraima foi Ottomar de Souza Pinto, governando de 1º de janeiro de 1991 a 31 de dezembro de 1994.

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