terça-feira, 14 de junho de 2011
Chico Xavier
Nascido no seio de uma família humilde, era filho de João Cândido Xavier, um modesto vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, uma dona de casa católica e piedosa.
Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade,quando ele respondeu ao pai sobre Ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os espíritos e conversava com eles.
Os abusos da madrinhaA mãe faleceu quando Francisco tinha apenas cinco anos de idade. Incapaz de criá-los, o pai distribuiu os nove filhos entre a parentela. Nos dois anos seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga amiga de sua mãe, Rita de Cássia, que logo se mostrou uma pessoa cruel, vestindo-o de menina e batendo-lhe diariamente, inicialmente por qualquer pretexto e, mais tarde, sob a alegação de que o "menino tinha o diabo no corpo". Não se contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os retirasse, o que ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Os únicos momentos de paz que tinha consistiam nos diálogos com o espírito de sua mãe, com quem se comunicava desde os cinco anos de idade:o menino viu-o após uma prece, junto à sombra de uma bananeira no quintal da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendava "paciência, resignação e fé em Jesus" ao filho.
A madrinha ainda criava outro filho adotivo, Moacir, que sofria de uma ferida incurável na perna. Rita decidiu seguir a simpatia de uma benzedeira, que consistia em fazer uma criança lamber a ferida durante três sextas-feiras em jejum, sendo a tarefa atribuída ao pequeno Francisco. Revoltado com a imposição, Francisco conversou novamente com o espírito da mãe, que lhe aconselhou a "lamber com paciência". O espírito explicou-lhe que a simpatia "não é remédio, mas poderia aplacar a ira da madrinha", esta sim passível de colocar em risco a sua vida. Os espíritos se encarregariam da cura da ferida. De fato, curada a perna de Moacir, Rita de Cássia melhorou o tratamento dado a Francisco.
A madrastaO seu pai casou-se novamente, e a nova madrasta, Cidália Batista, exigiu a reunião dos nove filhos. Francisco tinha então sete anos de idade. O casal teve ainda mais seis filhos. Por insistência da madrasta, o menino foi matriculado na escola pública. Nesse período, o espírito de Maria João parou de manifestar-se. O jovem Francisco, para ajudar nas despesas da casa, começou a trabalhar vendendo os legumes da horta da casa.
Na escola, como na igreja, as faculdades paranormais de Francisco continuaram a causar-lhe problemas. Durante uma aula do 4º ano primário, afirmou ter visto um homem que lhe ditou as composições escolares, mas ninguém lhe deu crédito e a própria professora não se importou. Uma redação sua ganhou menção honrosa num concurso estadual de composições escolares comemorativas do centenário da Independência do Brasil, em 1922. Enfrentou o ceticismo dos colegas, que o acusaram de plágio, acusação essa que sofreu durante toda a vida. Desafiado a provar os seus dons, Francisco submeteu-se ao desafio de improvisar uma redação (com o auxílio de um espírito) sobre um grão de areia, tema escolhido ao acaso, o que realizou com êxito.
A madrasta Cidália pediu a Francisco que se aconselhasse com o espírito da falecida mãe dele sobre como evitar que uma vizinha continuasse a furtar hortaliças e esta lhe disse para torná-la responsável pelo cuidado da horta, conselho que, posto em prática, levou ao fim dos furtos.
Assustado com a mediunidade do jovem, o seu pai cogitou em interná-lo. O padre Scarzelli examinou-o e concluiu que seria um erro a internação, tratando-se apenas de "fantasias de menino". Scarzelli simplesmente aconselhou a família a restringir-lhe as leituras (tidas como motivo para as fantasias) e a colocá-lo no trabalho. Francisco, então, ingressou como operário em uma fábrica de tecidos, onde foi submetido à rigorosa disciplina do trabalho fabril, que lhe deixou sequelas para o resto da vida.
No ano de 1924 terminou o antigo curso primário e não mais voltou a estudar. Mudou de trabalho, empregando-se como caixeiro de venda, ainda em horários extensos. Apesar de católico devoto e das incontáveis penitências e contrições prescritas pelo padre confessor, não parou de ter visões e nem de conversar com espíritos.
O contato com a Doutrina EspíritaEm 1927,[4] então com dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta Cidália, e se viu diante da insanidade de uma irmã, que descobriu ser causada por um processo de obsessão espiritual. Por orientação de um amigo, Francisco iniciou-se no estudo do espiritismo. No mês de maio desse mesmo ano recebeu nova mensagem de sua mãe, na qual lhe era recomendado o estudo das obras de Allan Kardec e o cumprimento de seus deveres. Em junho, ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em um simples barracão de madeira de propriedade de um seu irmão. Em julho, por orientação dos espíritos seus mentores, iniciou-se na prática da psicografia, escrevendo 17 páginas. Nos quatro anos subsequentes aperfeiçoou essa capacidade embora, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, ela somente tenha ganho maior clareza em finais de 1931. Desse modo, pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos poetas falecidos, somente identificados a partir de 1931. Em 1928 começou a publicar as suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias, de Portugal.[7]
As primeiras obrasEm 1931, em Pedro Leopoldo, iniciou a psicografia da obra "Parnaso de Além-Túmulo". Esse ano, que marca a "maioridade" do médium, é o ano do encontro com seu mentor espiritual Emmanuel, "...à sombra de uma árvore, na beira de uma represa..." (SOUTO MAIOR, 1995:31). O mentor informa-o sobre a sua missão de psicografar uma série de trinta livros, e explica-lhe que para isso são lhe exigidas três condições: "disciplina, disciplina e disciplina". Severo e exigente o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a Kardec, mesmo na eventualidade de conflito com a sua orientação. Mais tarde, o médium conheceu que Emmanuel havia sido o senador romano Publio Lêntulus, posteriormente renascido como escravo e simpatizante do cristianismo e que, em reencarnação posterior, teria sido o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, ligado à evangelização do Brasil.
Em 1932 foi publicado o "Parnaso de Além-Túmulo" pela Federação Espírita Brasileira (FEB). A obra, coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portugueses, obteve grande repercussão junto à imprensa e à opinião pública brasileira, e causou espécie entre os literatos brasileiros, cujas opiniões se dividiram entre o reconhecimento e a acusação de pastiche. O impacto era aumentado ao se saber que a obra tinha sido escrita por um "modesto escriturário" de armazém do interior de Minas Gerais, que mal completara o primário. Conta-se que o espírito de sua mãe aconselhou-o a não responder aos críticos.
Os direitos autorais das suas obras são concedidos à FEB. Neste período inicia a sua relação com Manuel Quintão e Wantuil de Freitas. Ainda neste período descobriu ser portador de uma catarata ocular, problema que o acompanhou o resto da vida. Os espíritos seus mentores, Emmanuel e Bezerra de Menezes, orientam-no para tratar-se com os recursos da medicina humana e não contar com quaisquer privilégios dos espíritos. Continuou com o seu emprego de escriturário e a exercer as suas funções no Centro Espírita Luís Gonzaga, atendendo aos necessitados com receitas, conselhos e psicografando as obras do Além. Paralelamente, iniciou uma longa série de recusas de presentes e distinções, que também perdurará por toda a vida, como por exemplo, a de Fred Figner, que lhe legou vultosa soma em testamento, repassada pelo médium à FEB. Com a notoriedade, prosseguiram as críticas de pessoas que tentavam desacreditá-lo. Além dessas pessoas, Chico Xavier ainda dizia que inimigos espirituais, buscavam atingi-lo com fluidos negativos e tentações. Souto Maior relata uma tentativa de "linchamento pelos espíritos", bem como um episódio em que jovens nuas tentam o médium em sua banheira. Observe-se que ambos os episódios contêm aspectos narrativos comuns à chamada "prova", comum em histórias de santidade.
O processo da viúva de Humberto de CamposNo decorrer da década de 1930, destacaram-se ainda a publicação dos romances atribuídos a Emmanuel e da obra "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", atribuída ao espírito de Humberto de Campos, onde a história do Brasil é interpretada de forma mítica e teológica. Esta última obra trouxe como consequência uma ação judicial movida pela viúva do escritor, que pleiteou por essa via direitos autorais pelas obras psicografadas, caso se confirmasse a autoria do famoso escritor maranhense. A defesa do médium foi suportada pela FEB, e resultou, posteriormente, no clássico "A Psicografia Perante os Tribunais", do advogado Miguel Timponi. Em sua sentença, o juiz decidiu que os direitos autorais referiam-se à obra reconhecida em vida do autor, não havendo condição do tribunal se pronunciar sobre a existência ou não da mediunidade. Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o nome do escritor falecido foi substituído pelo pseudônimo "Irmão X".
Neste período, Francisco ingressou no serviço público federal, como Auxiliar de Serviço no Ministério da Agricultura. Como curiosidade, refere-se que, em toda a sua carreira como funcionário público, não existe registro de qualquer falta ao serviço.
Nosso LarVer artigo principal: Nosso Lar
Ver artigo principal: Nosso Lar (filme)
Em 1943 vem a público uma das obras mais populares da literatura espírita no país, o romance "Nosso Lar", o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium que no ano de 2010 se tornou um filme. Este é o primeiro de uma série de livros cuja autoria é atribuída ao espírito André Luiz.
Neste período, a celebridade de Chico Xavier é crescente, e cada vez mais pessoas o procuram em busca de curas e mensagens, transformando a pequena cidade de Pedro Leopoldo, em um centro informal de peregrinação. Tendo morrido na miséria o seu antigo patrão, José Felizardo, o médium empenha-se em arranjar-lhe um sepultamento digno, pedindo doações de casa em casa para esse fim. De acordo com o seu biógrafo Ubiratan Machado, "...até mesmo um mendigo cego doou-lhe toda a féria do dia". (MACHADO, 1996:53).
O caso Amauri PenaVer artigo principal: Amauri Pena
Em 1958 o médium viu-se no centro de uma nova polêmica, desta vez por conta das denúncias de um sobrinho, Amauri Pena, filho da irmã curada de obsessão. O sobrinho, ele mesmo médium psicógrafo, anunciou-se pela imprensa como falso médium, um imitador muito capaz, acusação que estendeu ao tio. Chico Xavier defendeu-se, negando ter qualquer proximidade com o sobrinho. Já com antecedentes de alcoolismo e com sérios remorsos pelos danos causados à reputação do tio, Amauri foi internado num sanatório psiquiátrico em São Paulo, onde veio a falecer.
A parceria com Waldo VieiraNo mesmo período, Chico Xavier conheceu o jovem médico e médium Waldo Vieira, em parceria com quem psicografou diversas obras em comum, até à ruptura de ambos, alguns anos depois.
Em 1959 estabeleceu residência em Uberaba, onde viveu até ao fim de seus dias. Continuou a psicografar inúmeras obras, passando a abordar os temas que marcam a década de 1960, como o sexo, as drogas, a questão da juventude, a tecnologia, as viagens espaciais e outros. Uberaba, por sua vez, tornou-se centro de peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas com esperança de um contato com parentes falecidos. Neste período popularizam-se os livros de "mensagens": cartas ditadas a familiares por espíritos de pessoas comuns. Prosseguem também as campanhas de distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade.
Em 22 de maio de 1965 Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro "Ideal Espírita", com o nome de "The World of The Spirits".
As entrevistas no programa televisivo Pinga-FogoVer artigo principal: Pinga-Fogo
No alvorecer da década de 1970, Chico participou de programas de televisão que alcançaram picos de audiência. Nessa década, além da catarata e dos problemas de pulmões, passou a sofrer de angina. Passou ainda a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.
As décadas de 1980 e 1990Em 1981 foi proposto para o Prêmio Nobel da Paz, que não ganhou. Neste período a sua fama ampliou-se no exterior, com diversas de suas obras sido vertidas em diversas línguas, assim como ganhou adaptações para telenovelas.
Ao final da década de 1990 o médium contava com mais de 400 títulos de livros psicografados. Nesse período estimava-se em aproximadamente 50 milhões os livros espíritas circulando no Brasil, dos quais 15 milhões eram atribuídos a Chico Xavier e 12 milhões a Kardec (SANTOS, 1997:89).
No ano de 1994 o tablóide estadunidense National Examiner publicou uma matéria em que, no título, declarava que "Fantasmas escritores fazem romancista milionário".[9] A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje extinta revista Manchete[10], com o título de "Secretário dos Fantasmas", onde se declarava que, segundo informava a "National Examiner", o médium brasileiro ficou milionário, havendo ganho 20 milhões de dólares como "secretário de fantasmas". A revista Manchete continuava: "Segundo o jornal, ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que lançou são de 'ghost-writers', mas 'ghosts' mesmo, em sentido literal", concluindo "Chico simplesmente transcreve as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas mortos e enterrados."
O médium não respondeu, mas a FEB, por seu então Presidente Juvanir Borges de Souza, editora de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à revista em que informava utilizar os direitos autorais e remuneração pelas obras de Francisco Cândido Xavier, para uso da caridade, o mesmo se passando com outras editoras, ressaltando que "os direitos autorais são cedidos gratuitamente, visando tornar o livro espírita bastante acessível e contribuir, destarte, para a difusão da Doutrina Espírita."
O mesmo Presidente da FEB, em 4 de outubro daquele ano, por ocasião do I Congresso Espírita Mundial, apresentou uma "moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier", aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, em proposta apresentada pelo Presidente da Federação Espírita do Estado de Sergipe. No documento, as entidades representativas do Espiritismo no Brasil devotavam a sua gratidão e respeito ao médium "pelos intensos trabalhos por ele desenvolvidos e pela vida de exemplo, voltados ao estudo, à difusão e à prática do Espiritismo, à orientação, ao atendimento e à assistência espiritual e material aos seus semelhantes".
Falecimento“'Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.'”
— Chico Xavier
O médium faleceu aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardiorrespiratória no dia 30 de junho do ano de 2002.[13] Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estariam muito felizes, e que o país estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passamento. O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol daquele ano no dia de seu falecimento (Chico morreu cerca de dez horas após a partida Brasil x Alemanha).
Homenagens Chico foi eleito o mineiro do século XX, seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek.
Recentemente, iniciou-se a construção de um centro em sua homenagem.[14]
Filme biográficoEm 2 de abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou Chico Xavier - O Filme[15], baseado na biografia "As Vidas de Chico Xavier", do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho, Chico Xavier é retratado pelos atores Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier, respectivamente, em três fases de sua vida: de 1918 a 1922, 1931 a 1959 e 1969 a 1975.
Psicografias
Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium Chico Xavier psicografando uma mensagem do espírito Emmanuel.Chico Xavier psicografou 451 livros, sendo 39 publicados após a morte.[16] Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam.[4] Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.[17] Vendeu mais de 50 milhões de exemplares em português, com traduções em inglês, espanhol, japonês, esperanto, italiano, russo, romeno, mandarim, sueco e braile. Psicografou cerca de 10 mil cartas de mortos para suas famílias.[16] Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade, desde o primeiro livro.[6][18]
Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira.
Mesmo não tendo ensino completo ele escrevia em torno de 6 livros por ano entre eles livros de romances, contos, filosofia, ensaios, apólogos, crônicas, poesias... É o escritor mais lido da América Latina. (nota: ano de 2010).
Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, entre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932.[4] O livro gerou muita polêmica nos círculos literários da época. O de maior tiragem foi Nosso Lar, publicada no ano de 1944, atualmente com mais de 2 milhões de cópias vendidas [19], atribuído ao espírito André Luiz, sendo o primeiro volume da coleção de 17 obras, todas psicografadas por Chico Xavier, algumas delas em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira.
Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de "Maurício" teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.
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