terça-feira, 14 de junho de 2011
Os jesuítas.
Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 e começaram sua catequese erguendo um colégio em Salvador da Bahia, fundando a Província Brasileira da Companhia de Jesus. Cinquenta anos mais tarde já tinham colégios pelo litoral, de Santa Catarina ao Ceará. Quando o marquês de Pombal os expulsou, em 1760, eram 670 por todo o país, distribuídos em aldeias, missões, colégios e conventos.
[editar] Expulsão e extinçãoAs Cortes iluministas da Europa opuseram-se aos ensinamentos e influência da Companhia de Jesus, tendo sido Portugal, por iniciativa do Marquês de Pombal o primeiro país de onde foram expulsos, em 1759, acusados pelo Ministro de estarem envolvidos na tentativa de regicídio do ano anterior.
Luis XV também expulsou a Companhia da França em 1763, sendo seguido, em 1767, por Carlos III de Espanha através da Pragmática Sanção.
Essas cortes juntaram-se na pressão sobre o Papado para suprimir a Companhia, o que veio a ocorrer em 1773, sob o Papa Clemente XIV, através da bula Dominus ac Redemptor.
Em Portugal e nas Cortes Borbónicas, muitos Jesuítas foram presos ou mesmo condenados a suplícios, como é o caso do padre Gabriel Malagrida. Outros ingressaram no clero secular ou em outras ordens.
O Superior Geral da Companhia, Lorenzo Ricci, juntamente com o seu Conselho Geral, foi feito prisioneiro no Castelo de Sant'Angelo, em Roma, sem julgamento prévio.
Muitos monarcas europeus, no entanto, não observaram a Dominus ac Redemptor, como é o caso da Rússia - onde a liderança da Igreja Ortodoxa recusou-se reconhecer a autoridade papal) - da Polónia, da Prússia e da Inglaterra. A czarina Catarina, a Grande da Rússia usou a ocasião para atrair para o seu país os membros da Companhia, gente de grande erudição.
Na altura da supressão havia 5 assistências, 39 províncias, 669 colégios, 237 casas de formação, 335 residências missionárias, 273 missões e 22589 membros.
[editar] Restauração da CompanhiaDepois de suprimida pelo Papa Clemente XIV em Julho de 1773, a Companhia de Jesus manteve-se na Rússia. Nessa altura milhões de Católicos, incluindo numerosos Jesuítas, viviam nas províncias Polacas da Rússia. Aí a Companhia manteve intensa actividade religiosa, de ensino e de missionação.
Deste modo, o Papa Pio VI vem a autorizar formalmente a existência da Companhia de Jesus na Polónia e Rússia, o que leva os Jesuítas a elegerem Stanislaus Czerniewicz como seu superior em 1782. Finalmente, cabe ao Papa Pio VII a restauração da Companhia de Jesus em 1814 pela encíclica Sollicitudo omnium ecclesiarum. O Superior Geral Thaddeus Brzozowski, que havia sido eleito em 1805, adquiriu então jurisdição universal.
Durante o século XIX e XX a Companhia de Jesus voltou a crescer enormemente até aos anos 50 do século XX, quando atingiu o pico. Desde aí, seguindo a quebra de vocações na Igreja Católica, o número de Jesuítas também tem vindo a decrescer.
[editar] Os Jesuítas hojeHoje em dia os Jesuítas formam a maior ordem religiosa da Igreja Católica. Conta com 19.216 membros espalhados por 112 países e 6 continentes.
Em Fevereiro de 2009 existiam em Portugal 161 Jesuítas, entre os quais 100 padres[2].
A Companhia caracteriza-se pela sua forte ligação ao ensino, com numerosos estabelecimentos de ensino, incluindo ensino superior.
Sob a direcção do Superior Geral Pedro Arrupe, a Companhia de Jesus privilegiou a defesa dos direitos humanos o que levou alguns dos seus membros a serem rotulados como subversivos e perseguidos. Tal foi o caso de 6 Jesuítas mortos pelo exército Salvadorenho a 16 de Novembro de 1989 no campus universitário da Universidade da América Central, em San Salvador.
A 19 de Janeiro de 2008, Adolfo Nicolás foi eleito para suceder a Peter Hans Kolvenbach como 30.º Superior Geral da Companhia de Jesus, o que foi logo reconhecido pelo Papa Bento XVI.
[editar] Jesuítas e o HolocaustoNove padres jesuítas foram formalmente reconhecidos como heróis do Holocausto pelo Yad Vashem, a autoridade israelita em favor da memória dos Mártires e Heróis do Holocausto, por levarem a cabo todos os esforços possíveis para salvar e dar asilo a judeus durante a Segunda Grande Guerra Mundial.[3]
[editar] Jesuítas célebresOs jesuítas estão presentes, desde a primeira hora, nos novos mundos que se abrem à actividade missionária da época. São Francisco Xavier percorre a Índia, Indonésia, Japão e chega às portas da China; João Nunes Barreto e Andrés de Oviedo empreendem a fracassada missão da Etiópia; Padre Manuel da Nóbrega, o Beato José de Anchieta e muitos outros ajudam a fundar as primeiras cidades do Brasil: Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, com exceção de São Vicente, Cananeia e Itanhaém que lhes são anteriores. Outros houve ainda de enorme importância na evangelização da China, como é o caso do bem-aventurado Matteo Ricci.
[editar] Outras consideraçõesAcima das inevitáveis ambiguidades, as missões dos jesuítas impressionam pelo espírito de inculturação (adaptação à cultura do povo a quem se dirigem). As Reduções do Paraguai e a adoção dos ritos malabares e chineses são os exemplos mais significativos.
A actividade educativa tornou-se logo a principal tarefa dos jesuítas. A gratuidade do ensino da antiga Companhia favoreceu a expansão dos seus Colégios. Em 1556, à morte de Santo Inácio, eram já 46. No final do século XVI, o número de colégios elevou-se a 372. A experiência pedagógica dos jesuítas sintetizou-se num conjunto de normas e estratégias, chamado a "Ratio Studiorum" (Ordem dos Estudos), que visa à formação integral do homem cristão, de acordo com a fé e a cultura daquele tempo.
Os primeiros jesuítas participaram activamente da Reforma Católica e do esforço de renovação teológica da Igreja Católica, frente à Reforma Protestante. No Concílio de Trento, destacaram-se dois companheiros de Santo Inácio (Laínez e Salmerón). Desejando levar a fé a todos os campos do saber, os jesuítas dedicaram-se às mais diversas ciências e artes: Matemática, Física, Astronomia... Entre os nomes de crateras da Lua há mais de 30 nomes de jesuítas. No campo do Direito, Suarez e seus discípulos desenvolveram a doutrina da origem popular do poder. Na Arquitetura, destacaram-se muitos irmãos jesuítas, combinando o estilo barroco da época com um estilo mais funcional.
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