quarta-feira, 8 de junho de 2011

LAMPIÃO,REI DO CANGAÇO.


Sua historia merece um compendio,nunca um artigo.Sua rica biografia,envolta no manto do mistério,deve ser estudada,vasculhada,assunto de muitos seminários e discussões;como chegar á verdade,através do mito?

Conta-se que era um adolescente pobre que viu os pais serem barbaramente assassinados pelos jagunços de um fazendeiro que estava de olho,nas terras de sua família.O certo é que sobreviveu,criou um bando e se tornou o “governador do sertão”.Conheci Dadá,a mulher de Corisco,”o diabo louro” e homem de confiança de Lampião,que morreu numa emboscada em Miguel Calmon,interior as Bahia. Dadá levou um tiro na perna,mas escapou;estive,ainda criança,com meu pai,na sua humilde casinha da Liberdade,onde sobrevivia costurando para fora.Ela afirmava,ser o Capitão Virgulino,homem afável,festeiro,amigo dos seus amigos e terror dos seus inimigos;não perdoava traição.Seu forte era aliciar “coiteiros”,pessoas que o avisavam do avanço dos “macacos”,soldados da policia,que perseguiam seu bando.Não escolhia classe social;o coiteiro podia ser um pobre vaqueiro ou um poderoso fazendeiro.Se lhes fossem fieis,tinham tudo;a traição equivalia a morte violenta e sofrida e perda dos bens.Certa vez,tocou fogo em 18 fazendas do Coronel Petronilo Alcantara Reis,um dos seus coiteiros,após descobrir,por acaso,provas da deslealdade do cabra;um bilhete onde o coronel fornecia á policia,o paradeiro do bando.Chegando á Fazenda Curralinho,Lampião é surpreendido pela milícia do tenente Miranda,o Bigode de Ouro,e,entre os objetos encontrados nos pertences do tenente,encontra o bilhete fatal do coiteiro.

O fato é que os cangaceiros aterrorizaram o Nordeste,invadiram casas,fazendas,nas cadeias,soltavam os presos e prendiam os soldados,estupravam,roubavam,matavam , sangravam sem dó nem piedade.SegundoDadá,como a milícia usava o mesmo uniforme dos cangaceiros,muita coisa malfeita atribuída ao bando,era culpa da milícia,que punha a culpa em Lampião.Os famosos bailes que o bando promovia,nas vilas e cidades,onde-dizia-se-Lampião fazia as pessoas dançarem sem roupa,era verdade.

Lampião desceu a serra,

Deu um baile em Cajazeira,

Botou as moças donzela,

Prá cantá muié rendeira.



Os estupros eram constantes até Lampião ser atingido pela flecha de Cupido.

Maria Déa,ou Maria Bonita,uma bela morena baiana,casada com um sapateiro, largou tudo para acompanhar seu amor.Conheceram-se na casa dos pais dela,na Fazenda Malhada da Caiçara,em Jeremoabo,município da Bahia.Tiveram uma filha,Expedita Ferreira Nunes,hoje ,aos 75 anos,morando em Sergipe;e,uma neta,Vera,jornalista e escritora,que expõe,frequentemente,para o público,objetos pessoais do avô.Não sei se,entre eles.estará o famoso punhal de 60 cm,que sangrou muita gente;ou o chapéu de cangaceiro,um dos símbolos do sertão;ou o bornal,que o cangaceiro levava a tiracolo,uma especie de “nécessaire”,das brenhas;ou as alpercatas de couro cru.

O certo é que nosso “Robin Hood”caboclo fez historia e,ainda hoje,tem desafetos e admiradores.Morreu no Angico,vítima da traição de um coiteiro.Aterrorizou os sertanejos,M

inha mãe,jovem professorinha da roça,nos anos trinta,dormiu uma semana nos matos,guardada pelos filhos homens do meu avô e seus agregados,porque se dizia que o bando desceria a Serra do Tombador,rumo á Queimadas,e,era preciso resguardar a donzelice das moças, a professora e as filhas do meu avô.Pois,o lema do bando com as moças,era:

Chorou por mim,não fica,

Soluçou ,vai no borná(bornal).

29 de julho,completa-se 70 anos da sua morte.Mas,a lenda não morrerá,jamais.

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