quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Os Arquivos


Historiadores e demais pesquisadores não precisam mais viajar a cidade de Boston, nos Estados Unidos, para consultar os arquivos da Biblioteca e Museu John F.Kennedy (JFK). A partir de agora, bastam apenas alguns cliques para consultar os milhares de documentos que ajudam a contar a vida do ex-presidente americano. Isso, porque o acervo da instituição, que até então só podia ser consultado pessoalmente, está sendo digitalizado e disponibilizado na internet, podendo ser livremente acessado por qualquer pessoa. Boa parte dos documentos já está online e muitos outros ainda estão sendo tratados por especialistas.

Segundo o jornal americano The New York Times, o acervo constitui a maior coleção presidencial dos Estados Unidos, reunindo mais de 250.000 documentos e 200 horas de áudio e vídeo. Segundo os administradores do Museu/Arquivo/Biblioteca, a idéia é preservar o legado de um dos antigos mandatários mais expressivo e querido da história americana. O projeto, que já está disponível na internet, http://www.jfklibrary.org/, cobre um longo período histórico, que vai desde os anos em que Kennedy passou na Universidade de Harvard até as suas chamadas mais críticas e importantes como presidente americano, passando por conversas pessoais com seus pais durante a Segunda Guerra Mundial. Entre os documentos, todos de grande valor para quem deseja conhecer melhor os bastidores do século XX, destaca-se aqueles que reproduzem conversas entre Kennedy e o ex-presidente Dwight D. Eisenhower a respeito da crise dos mísseis cubanos.

A primeira parte do processo digitalização consumiu aproximadamente US$ 10 milhões e significa, de certa forma, a realização de um antigo sonho de Kennedy, para quem os documentos presidenciais deveriam ser livremente disponibilizados. Segundo o diretor da biblioteca, Thomas J.Putman, o trabalho começou com os arquivos mais requisitados por pesquisadores. Putman reconhece ser impossível digitalizar todos os 48 milhões de páginas de documentos que compõem a biblioteca, mas acredita que é possível chegar ao número razoável de 8 milhões online. Para a próxima etapa do processo espera-se a publicação de registros que cobrem temas como segurança nacional, comunicação e direitos civis.

A iniciativa é louvável não só por facilitar a pesquisa histórica, mas também por representar uma possível tendência para outras bibliotecas de ex-presidentes americanos. Nos Estados Unidos, existem vários do gênero. Esses espaços, que são também verdadeiros arquivos, com seus fundos e coleções, ajudam a contar não apenas a história dos Estados Unidos, mas também a de outros países como o Brasil. Dentre os materiais digitalizados da Biblioteca Kennedy, por exemplo, é possível encontrar documentos pertencentes ao secretário de Kennedy, Evelyn Lincoln, sobre o então presidente brasileiro Jânio Quadros e também João Goulart, sobretudo durante o período que se aproximou de países socialistas, como Cuba e China (foto acima).

Para ler, escutar e assistir essas fabulosas fontes históricas, acesse o site agora mesmo e faça a sua pesquisa. Você vai se surpreender com a quantidade e a qualidade dos arquivos disponibilizados pela biblioteca. Que a iniciativa possa servir para as autoridades brasileiras, ainda tão carentes de uma boa política para seus arquivos presidenciais.

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